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JAPÃO - KYOTO - GION - A ARTE DE SER GUEIXA

Já aprendeu a dançar, a pintar a cara de branco e os lábios de vermelho, já se habituou a dormir pouco e já está acostumada aos puxões de cabelo da cabeleireira uma vez por semana. Já brigou pelo seu lugar lá em casa, na okiya e já ganhou o seu espaço nas recepções aos convidados. Agora já usa quimono de gola branca, já ata o obi de maneira diferente e faz danças mais elaboradas porque aprendeu as piruetas de um leque.
Agora já é geiko!

Era maiko e não podia mas agora é geiko e já pode. 
Já aprendeu a servir à mesa com movimentos precisos e graciosos, já sabe conversar sobre temas banais e dar respostas genéricas quando o tema se complica, já é uma companhia que embeleza e torna agradável qualquer jantar de negócios... já conquistou o direito de poder sentar à mesa.

Uma vez por semana, maiko e geiko vão ao cabeleireiro fazer o seu penteado trabalhoso e dispendioso, que tem que durar apresentável como se estivesse acabado de fazer, até à semana seguinte.
Repuxar o cabelo desta maneira e tão frequentemente tem trazido sérios problemas de saúde a estas profissionais. Manter o formato do penteado exige muitas vezes dormir com a nuca apoiada numa estrutura em madeira que afaste a cabeça do travesseiro.
A vida dura das meninas que um dia decidiram trocar a modernidade pela tradição.
Pergunta inevitável para quem visita o Japão sem ter feito o trabalho de casa todo é: "por que pintam as maiko e geiko o rosto de branco?".
Hoje todos temos luz eléctrica e conseguimos ver bem o rosto das maiko e geiko mas, noutros tempos, à luz da vela, não eram bem visíveis as feições e expressões das profissionais. Então, instituiu-se que pintariam o rosto de branco para serem bem visíveis na penumbra.
Ainda hoje as maiko e geiko pintam o rosto de branco e as restantes mulheres usam cosméticos de muito boa qualidade porque almejam uma pele clara, muito clarinha, quase branca.




Estamos a visitar: JAPÃO FASCINANTE 

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