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JAPÃO - KYOTO - FESTIVAL AOI - KURODO DOKORO BEIJU

Vêem agora, igualmente em silêncio e passo lento, os cobradores de rendas e impostos.
Todos contam na hora de louvar aos Deuses.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi


JAPÃO - KYOTO - FESTIVAL AOI - MUNANORI ONNA

São solteiras, são donzelas, são sacerdotizas nos santuários, mas não são filhas nem irmâs do Imperador e, por isso, desfilam a cavalo em vez de numa carruagem e posicionam-se nesta sequência atrás da representante da família Imperial e de suas Damas de Companhia.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi
Tem tudo o que é preciso: Veste-se com robe de seda como era dantes; usa ramos de malva-rosa na cabeça, a planta dos Deuses; enfeita-se de pétalas de gerânio, a flor que protege das intempéries; vai a cavalo para simbolizar os seus antepassados que, por actos de bravura, montavam cavalos a galope para impressionar o Divino.
É assim desde o século VI, pelo menos até hoje.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi


JAPÃO - KYOTO - FESTIVAL AOI - UNEME

Acabou de passar o Saio-dai, a carruagem que transporta a representante da irmã ou filha solteira do Imperador e atrás vêm as suas Damas de Companhia. Senhoras que gozavam da honra de poder sentar à mesa do Imperador.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi



JAPÃO - KYOTO - FESTIVAL AOI - SAIO-DAI

Todos se esmeraram para agradar aos Deuses das forças na natureza. 
Trouxeram animais, alfaias agrícolas, muita gente enfeitada com malva-rosa a planta dos Deuses. Todos tinham aceite o desafio do Imperador mas ainda faltava algo. Faltava pureza. Como é que os Deuses haviam de acreditar que as intenções de todos aqueles devotos eram mesmo puras?
Era isto que ainda preocupava o Imperador. Fez-se então representar no desfile por uma de suas irmãs ou filhas solteiras.
É a jóia da coroa este membro da família real que, não só participava no desfile, como também ocupava o papel de sacerdotiza nos cerimoniais dos santuários depois do desfile acabar.
Ainda hoje, para o desfile, são escolhidas como representantes da pureza e da realeza, meninas moças solteiras filhas dos casais da elite de Kyoto. Eis a eleita do ano de 2015.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi



JAPÃO - KYOTO - FESTIVAL AOI - MYOBU

Flores, sedas, cavalos bem arreados, mas ainda faltavam as Senhoras para dar mais cor ao desfile.
Estas representam as nobres Senhoras da corte que participaram no desfile original acompanhadas de seus haios que as protegiam do sol com sombrinhas, mais uma vez, enfeitadas com flores. O enfeite mais ou menos exuberante e valioso das sombrinhas era um sinal do seu grau de importância na corte
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi
Todos participam com o mesmo empenho, a mesma compostura, a mesma devoção, desde o maio à mais pequenina.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi


JAPÃO - KYOTO - FESTIVAL AOI - KURAZUKAI

Sendo o Mensageiro Imperial a figura mais importante deste desfile e tendo por missão ler o edital imperial durante as cerimónias, há-de haver sempre um Oficial cavaleiro que segue atrás e cuja tarefa é a de desenrolar e segurar o dito edital enquanto é lido no altar dos santuários.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi



JAPÃO - KYOTO - FESTIVAL AOI - BEIJU

Antecederam o Mensageiro Imperial e estão agora de volta. São os Guardas Imperiais músicos. Trazem os seus instrumentos musicais e vestiram os quimonos mais vistosos que havia para poder tocar os Deuses e aos Deuses durante os cerimoniais que hão-de suceder este Festival Aoi.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi


JAPÃO - KYOTO - FESTIVAL AOI - FURYUGASA

Na cabeça para estar mais perto do céu, em bom tamanho para ser mais fácil de ver, aquele ramo verde que todos ostentam é um ramo de malva-rosa, a planta dos Deuses. Não podia faltar numa manifestação de louvor.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi
Já passaram os animais, os utensílios agrícolas, o povo que ostenta na cabeça a planta dos Deuses e o mensageiro do Imperador que desceu aos templos para pedir orações e devoções.
Agora vem aí o andor que dá nome a este desfile. Todas aquelas flores são gerânios.
Ora veja-se e saiba-sr que, aquela flor que por cá é tão comum e a que chamamos sardinheira, no Japão chama-se Aoi e dá nome a um desfile evocativo de um louvor aos Deuses para obtenção de boas colheitas e enfeita boa parte dos andores.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi
Nem só de gerânios se enfeitam os andores desta espécie de procissão que é o Festival Aoi.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi


JAPÃO - KYOTO - FESTIVAL AOI - CHOKUSHI

Seja ele desfile, procissão, ou parada, o lugar de honra é sempre ocupado pela personagem mais importante. Uma vezes aparece logo no princípio para abrir solenemente a comemoração, outras no fim como se fosse um segredo ou tesouro bem guardado. Aqui, o lugar de honra é a meio do desfile, no lugar da virtude e é ocupado pelo Chocushi, nada mais nada menos, que o Mensageiro do Imperador. Aquele que teve a missão de descer aos templos e fazer cumprir a vontade Imperial que ordenava uma procissão de agrado e luvor aos Deuses das culturas e das intempéries.
Como Mensageirodo Imperadorl coube-lhe, àquele tempo, ler o edital Imperial durante os rituais.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi


JAPÃO - KYOTO - FESTIVAL AOI - MAIBITO

Sempre para agradar aos Deuses que acalmam as intempéries, a escolha de participantes nesta procissão é quase como que um concurso de talentos.
Estes cavaleiros, são Oficiais da Guarda Imperial, mas que também têm habilidades de dança e canto. São criteriosamente escolhidos entre os seus camaradas de armas, para terem o privilégio de actuar para os Deuses.
Participam no desfile logo a seguir aos carros de bois cujas rodas de madeira emitem sons chiados e estridentes, têm capacidades de canto, mas aqui vêm em procissão e, por isso, em silêncio.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi


JAPÃO - KYOTO - FESTIVAL AOI - GISSHA

Este cortejo, que é cheio de significado, exuberância nos trajes, encenado com rigor, faz-se em silêncio como sinal de respeito. A única coisa que se ouve são os comentários, umas vezes de espanto, outras de mal dizer, dos espectadores. Mas agora vale a pena fazer realmente silêncio porque se aproxima algo que traz som.
Vêm aí os famosos carros de bois que, pelo barulho característico das suas rodas em madeira, se tornaram famosos e aguardados. Rompe-se o silêncio e a solenidade com o chiar das dobradiças. Assim uma espécie de anúncio aos Deuses de que o cortejo saiu mesmo às ruas como manda a tradição.
Os Gissha, que é assim que se chamam, foram usados em tempos para transportar o enviado o Imperador ao desfile.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi