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CRISE SISMICA - SEC. XVI - RIBEIRA GRANDE - SÃO MIGUEL - AÇORES

Não foi fácil o século XVI aqui na Ribeira Grande para quem cá morava na altura. Enfrentaram a peste na primeira metade, reagiram, reergueram-se, reergueram a sua vila e, quando estava tudo a voltar à normalidade, a terra que tanto lhes deu, foi a mesma que, de novo, quase os destruiu.
Tudo começou com um violento tremor de terra no dia 25 de Junho de 1563.
Esta gente, de tão forte que é, para além do lamento, deu graças a Deus por ter sido de dia. Puderam fugir das suas casas e evitar uma tragédia tão grande como a que tinha acontecido uns anos antes em Vila Franca do Campo.
Foram vários dias de sobressalto e, com os tremores, veio também o barulho do centro da terra.
A crise durou quatro dias e as casas iam cedendo ao ritmo que a terra impunha e a resistência conseguia.
Na noite de São Pedro, de 28 para 29 de Junho, o Pico das Berlengas, o mais alto das redondezas, fez-se cor de fogo e explodiu num violento vulcão.
Nos dias seguintes não se viu o sol e a lava invadiu as ruas da vila fazendo cair as casas que ainda resistiam à crise sísmica.
Quando a terra acalmou ficaram a descoberto o sol, o caminho desenfreado da lava até ao mar, a destruição e a alteração irreversível da linha do horizonte. Tinha desaparecido o Pico das Berlengas.
São legado desta tragédia uma nova vila reconstruída entre os séculos XVII, XVIII e XIX que, entretanto, foi elevada à categoria de cidade; e a tão conhecida Lagoa do Fogo, nascida da cratera do vulcão do extinto Pico das Berlengas.


Parque Municipal - Ribeira Grande - São Miguel - AÇORES




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