Let's travel to: MIRADOURO DO PICO DO CARVÃO - SÃO MIGUEL

Saímos da freguesia de Sete Cidades com destino à Lagoa do Canário.
Até íamos muito focados no nosso destino, quando fomos distraídos por uma placa que indicava o Miradouro do Pico do Carvão.

Este também não estava no programa mas, como isso também não interessa nada, estacionámos na berma da estrada, subimos um carreiro até ao ponto mais alto e, quando olhámos para trás, era isto! Surpreendente!

Mais uma vista extraordinária sobre a lagoa azul e que vai até ao mar, lá ao fundo na linha do horizonte.

Miradouro do Pico do Carvão - São Miguel - AÇORES

Se virarmos costas à lagoa azul, vamos ter outra vez o mar na linha do horizonte. Este é o ponto da ilha que tem simultaneamente vista para a costa norte e para a costa sul da ilha.

Miradouro do Pico do Carvão - São Miguel - AÇORES

Miradouro, percebemos. Miradouro do Pico do Carvão, também mas, Pico do Carvão, porquê?

Em casa a pesquisa também não deu resposta assim logo à primeira.

Há referência à exploração de carvão vegetal como actividade económica nesta zona, há muito tempo atrás. Diz-se até, que a actividade foi a causa de grandes clareiras que hoje existem na floresta em redor das lagoas azul e verde.

A madeira recolhida era cortada, colocada em buracos feitos no solo, ateada e depois coberta com folhas verdes das árvores e terra, para parar a combustão. Este era o carvão que abastecia as casas, comércios e indústrias da cidade, Ponta Delgada.

Os buracos no chão, se ainda os havia, não estava desperta para eles, mas a desflorestação é evidente.

Assim, o nome do pico e do miradouro pode muito bem estar relacionado com esta actividade.

Miradouro do Pico do Carvão - São Miguel - AÇORES

Cá estão elas no seu ambiente natural. As que são felizes, alpinistas, calmas, pachorrentas e que no mojo, para além de leite, carregam a enorme responsabilidade de manter a qualidade do que de melhor os Açores têm para oferecer: leite, manteiga, natas, queijos e queijadas, tudo de vaca.

Mas nem sempre foi assim. Contam os escritos aqui das Sete Cidades que, em tempos, também por aqui pastavam cabras. Era famoso o queijo de cabra das Sete Cidades.

A apanha intensiva de musgo que, depois de seco, servia para o aquecimento das estufas de ananás, foi acabando com as pastagens para o gado caprino e, com ele, desapareceu também o famoso queijo de cabra das Sete Cidades.