CRISE SISMICA - SEC. XVI - RIBEIRA GRANDE - SÃO MIGUEL - AÇORES

Não foi fácil o século XVI aqui na Ribeira Grande para quem cá morava na altura. Enfrentaram a peste na primeira metade, reagiram, reergueram-se, reergueram a sua vila e, quando estava tudo a voltar à normalidade, a terra que tanto lhes deu, foi a mesma que, de novo, quase os destruiu.
Tudo começou com um violento tremor de terra no dia 25 de Junho de 1563.
Esta gente, de tão forte que é, para além do lamento, deu graças a Deus por ter sido de dia. Puderam fugir das suas casas e evitar uma tragédia tão grande como a que tinha acontecido uns anos antes em Vila Franca do Campo.
Foram vários dias de sobressalto e, com os tremores, veio também o barulho do centro da terra.
A crise durou quatro dias e as casas iam cedendo ao ritmo que a terra impunha e a resistência conseguia.
Na noite de São Pedro, de 28 para 29 de Junho, o Pico das Berlengas, o mais alto das redondezas, fez-se cor de fogo e explodiu num violento vulcão.
Nos dias seguintes não se viu o sol e a lava invadiu as ruas da vila fazendo cair as casas que ainda resistiam à crise sísmica.
Quando a terra acalmou ficaram a descoberto o sol, o caminho desenfreado da lava até ao mar, a destruição e a alteração irreversível da linha do horizonte. Tinha desaparecido o Pico das Berlengas.
São legado desta tragédia uma nova vila reconstruída entre os séculos XVII, XVIII e XIX que, entretanto, foi elevada à categoria de cidade; e a tão conhecida Lagoa do Fogo, nascida da cratera do vulcão do extinto Pico das Berlengas.


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A PESTE DO SEC. XVI - RIBEIRA GRANDE - SÃO MIGUEL - AÇORES

A Ribeira Grande já era um povoado próspero quando recebeu foral de vila em 1507 mas, a partir dessa altura, não parou mais de crescer.
Só que, já se sabe que, não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe. A cidade foi assolada pela peste e, ao fim de quase quatro anos de combate, numa última tentativa de debelar a maleita, por ordem régia, foram demolidas as casas dos bairros da margem esquerda da ribeira.
Travou-se a peste, salvou-se a população da destruição total, mas perderam-se as casas que eram testemunhos dos primeiros povoadores que se fixaram nesta zona. 


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PERÍODO ÁURIO - FINAL DE SEC xv - RIBEIRA GRANDE - SÃO MIGUEL - AÇORES

Os primeiros povoadores que chegaram da ponta Leste da ilha, que atravessaram os vales fundos entre as montanhas e que encontraram a Norte uma planície fértil e bem irrigada, fixaram as suas casas junto à foz da ribeira.
Cultivaram, subiram a montanha pela linha de água, construíram moinhos e o lugar ia crescendo e prosperando.
Em 1474, vindos da Ilha da Madeira, chegaram os primeiros povoadores portugueses. E a prosperidade continua.
Tão férteis e bem trabalhadas eram estas terras, tal era a actividade dos seus moinhos que, numa crónica da época se define um pobre como sendo aquele que tem " quatro sacos de trigo, duzentas abóboras, dez alqueires de favas, algumas cebolas, dois cabos de alhos e um porco à porta e cada um a sua casinha, ou própria, ou do foro".
Estávamos em inícios do século XVI.

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