O primeiro e único registo de uma erupção vulcânica nas Furnas desde a descoberta da ilha pelos portugueses data de 3 de Setembro de 1630.
Contam os relatos que na noite de dia dois entre as nove e as dez horas da noite a terra começou a tremer violentamente.
As casas ruíram até para lá de Vila Franca do Campo e muita gente foi atingida mortalmente.
Durante a noite a montanha começou a deitar fogo e, de manhã, a nuvem de fumo negro era tão densa que já não se via o sol e assim ficou por três dias.
A quantidade de cinzas expelidas foi tal que, nas zonas mais distantes da ilha, chegaram a formar camadas de mais de metro e meio de altura. Entraram na alta atmosfera e chegaram à Ilha das Flores, a 545 km de distância.
A pedra pomes que caiu e ficou a flutuar no mar impedia a navegação até larga distância da ilha, dificultando a chegada de ajuda.
Depois havia ainda o cheiro. Ninguém aguentava tal bafo nauseabundo vindo das entranhas da terra e que chegava até às ilhas do grupo central.
A erupção foi considerada extinta a 2 de Novembro de 1630, 61 dias depois de ter começado. Ficou conhecida como a "erupção do cinzeiro", o vulcão ganhou o nome de "cinzeiro" e o ano de 1630 como o "ano do cinzeiro".
A partir daí até parece que a natureza tem feito tudo para recompensar do mal feito: vegetação luxuriante; nascentes de água termal com propriedades terapêuticas; terreno fértil; caldeiras; fumarolas...
Todos queremos acreditar com muita força que, enquanto as caldeiras forem borbulhando e as fumarolas forem libertando vapores, a natureza se há-de manter apaziguada.