Estamos na alameda principal do Palácio Imperial de Kyoto para assistirmos ao Festival de Aoi.
Assim, de repente e para começar, sai um conselho para o momento de fazer a mala. Se vai ao Japão e tem previsto assistir a um festival, então leve chapéu.JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi |
Quando por cá se fala em festival, nós sabemos do que estamos a falar mas no Japão...
Uma alameda larga, umas quatro a cinco filas de cadeiras numeradas maioritariamente ocupadas por turistas, atrás deles em pé os habitantes locais e achamos que já vamos percebendo o que se vai passar.
Lá ao fundo já se vão preparando os marchantes e os animais. À frente deles todos vêm estes senhores a dar abertura ao cerimonial.
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi |
Acordámos cedo como de costume, viemos até à alameda principal do Palácio Imperial de Kyoto, procurámos o número da nossa cadeira e sentámos para ver o Festival Aoi.
Já lhes dissemos que é boa ideia levar chapéu. E também é bom dizer que, se forem até lá, para assistir a este desfile, tem que ser dia 15 de Maio.
Já agora, se quer tirar boas fotos, tente reservar uma cadeira na primeira fila. As cadeiras estão todas ao mesmo nível e, se não costuma ter muita sorte nestas coisas, pode ser que só consiga ver o cucuruto dos andores. É que estamos num país onde as pessoas são ordeiras e não se levantam para tirar a melhor foto porque ficam na frente dos restantes, mas os turistas...
Caso contrário, pode levantar-se, sair para trás da zona de cadeiras, usar um bom zoom e vai conseguir mas, nesse caso, não vale a pena pagar a cadeira, claro!
JAPÃO - Kyoto - Festival Aoi |
Para além dos ramos de malva-rosa na cabeça, dos homens a cavalo, das suas vestes coloridas, dos arranjos florais que enfeitam os andores, do empenho e seriedade com que todos participam neste desfile procissão, o que os turistas ocidentais talvez mais estranhem, é que tudo isto se passa em silêncio, em profundo silêncio.
Nem uma banda a tocar, nem um violino, nem uma arpa, nem uma instalação sonora, nem um toque de gongo! Nada!
São mais de 600 marchantes de todas as idades sempre em silêncio.
Nem uma banda a tocar, nem um violino, nem uma arpa, nem uma instalação sonora, nem um toque de gongo! Nada!
São mais de 600 marchantes de todas as idades sempre em silêncio.
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Flores, muitas flores. Estamos em Maio, a época delas.
Chamemos-lhe nós Aoi, gerânios, ou sardinheiras, o importante é que cumprem a sua missão, acalmar os Deuses e as forças da natureza.
Chamemos-lhe nós Aoi, gerânios, ou sardinheiras, o importante é que cumprem a sua missão, acalmar os Deuses e as forças da natureza.
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Mas não muitas, que tudo foi em silêncio e sente-se a gente pouco à vontade para grandes entusiasmos.
Quanto tempo tudo isto levou a montar não sabemos mas o desmontar começou na primeira cadeira logo que os últimos marchantes ali passaram.
Não perdemos tempo, não demorámos quase nada e, quando chegámos ao início da alameda já as cadeiras estavam desmontadas e empilhadas.
A trabalhar assim, até pode ser feito um festival todos os dias.
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Os sereníssimos marchantes e os sereníssimos espectadores voltam serenamente às suas vidas no seu traje tradicional, o quimono. Hoje foi dia de festa. Serena, silenciosa, mas cheia de significado.
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