Tinha estado em São Miguel há já quase três décadas e, na altura, foi-me apresentado um refrigerante com gás e sabor a maracujá, servido numa garrafa pequena de cor verde. No continente não havia nada igual. Eventualmente, o que mais se aproximava seria o Sumol mas, mesmo assim, teria mais gás e não havia este sabor de maracujá.
Adorei o refrigerante que só os açorianos bebiam e que do qual diziam que a ideia tinha vindo da América graças à presença da base aérea das Lages na Terceira.
Guardei a memória deste sabor mas perdi-lhe o nome.
O ano passado, numa visita à Ilha da Madeira, lá estava ele! Com gás, de maracujá, servido em garrafinha verde, nome de sonoridade semelhante... era bom, mas não sabia ao mesmo 😕.
Voltei vencida e convencida que a modernidade tinha trazido alterações ao gosto da minha memória.
Chegados aqui, quando a Senhora perguntou o que queríamos para beber a resposta foi imediata e determinada: "- Brisa maracujá, por favor".
- Brisa?! - responde a Senhora com um tom entre o indignado e o jocoso, mas sempre simpática - "Isso da Brisa é lá na Madeira. Nós cá temos é Kima e é muito melhor, toda a gente diz".
Veio a Kima! Com gás, garrafinha verde, sabor a maracujá mais intenso e menos gás do que a sua semelhante madeirense. Era isto!!!
Todos gostaram e a mim soube-me quase a sabor de infância.
Afinal a modernidade não estragou a Kima e, cada vez que voltar à Madeira não vou dizer que não a uma Brisa, nem vou voltar a esquecer-me que o nome do melhor refrigerante com gás é Kima, o melhor sabor é maracujá e sabe ainda melhor se for bebido nos Açores.
E o queijo fresco com pimenta da terra, será que ainda sabe ao mesmo?
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Restaurante da Associação Agrícola de São Miguel - AÇORES |
Quem anda a preparar uma visita a São Miguel, vá a que sites e blogues for, invariavelmente, encontra logo nas primeiras sugestões o restaurante da Associação Agrícola de São Miguel em Rabo de Peixe, Ribeira Grande. E mandam sempre comer bife.
Como não?
Ah, mas tem ciência!
Primeiro é preciso escolher o corte: lombo; vazia; acém; alcatra...
A Senhora deu uma ajuda: "- O lombo é sempre a parte mais tenra".
Depois há que escolher a dosagem. Para cada tipo de peça estão disponíveis bifes de 200, 300 e 400 gramas. Aqui ajudou mais olhar para o prato do vizinho e perguntar à Senhora: "- Qual é o peso daquele? ... Então pode ser daqueles".
Agora já só falta escolher o molho. E é preciso molho?
Mais uma vez a simpática e competente Senhora foi uma grande ajuda: "- Realmente a carne por si só já é muito boa mas o molho ajuda a realçar ainda mais o sabor da carne".
Há molhos com natas, com cogumelos, com queijo, com piri-piri, com pimenta, com pimenta da terra, com três pimentas e há o molho da Associação, "uma especialidade flambé do nosso Chef".
Daqui para a frente já tudo é fácil, a guarnição é a do costume.
Resultado: um bife do lombo de 200 gramas com molho à Associação com batatas fritas e ovo a cavalo, que se corta sem esforço e se desfaz na boca. Sabe bem como nunca soube nenhum antes. Foi impossível não comer tudo até ao fim.
Felizes as vaquinhas que pastam em tais prados e tão bons lombos criam!
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Restaurante da Associação Agrícola de São Miguel - AÇORES |
O desvario já ia grande.
A portarmo-nos bem a refeição teria terminado antes de chegarmos aqui, mas a lista de sobremesas é tão tentadora!
Em cima, pudim de maracujá.
Em baixo, pudim de feijão.
Estavam irrepreensíveis e não se fala mais disto.
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Restaurante da Associação Agrícola de São Miguel - AÇORES |
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Restaurante da Associação Agrícola de São Miguel - AÇORES |
Estamos a visitar: SÃO MIGUEL - AÇORES - PORTUGAL