JAPÃO - KYOTO - GION - DE MENINA A MAIKO

Aos 15 anos, depois de terminar o liceu. algumas meninas que vivem em Kyoto e outras tantas que rumam até Kyoto, resolvem iniciar a sua formação na profissão de gueixa.
Aprender a ser gueixa é, muitas vezes, uma forma que as famílias encontram de dar a suas filhas uma educação tradicional, artística, de boa qualidade e gratuita.

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As meninas que querem ser gueixas, chegam de todo o país e dirigem-se ao bairro mais conceituado da cidade de Kyoto para aprender a sua nova profissão.
Hospedam-se numa espécie de residência de estudantes ou, se quisermos ser mais precisos, uma família de acolhimento com mãe e irmãs mais velhas.
A partir daqui, começa uma vida dura, com sacrifícios, provações, regras, guerras, intrigas, mas também o glamour necessário para que se aguente tudo isto.
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Quando entram nas okiya, as casas de acolhimento, as maiko recebem da sua okaa-san, a mãe de profissão, alimentação, kimonos, obi, calçado, maquilhagem, penteados e adornos para o penteado e educação da arte tradicional japonesa.

A educação de uma gueixa é um investimento avultado que a okiya avança sob a forma de empréstimo e que a futura profissional vai ter que pagar até ao último cêntimo com o lucro do seu trabalho.

O lado B da arte e do glamour.

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Lá em casa, na okiya, para além da okaa-san, a mãe de acolhimento, existem também as onee-san, as irmãs de comunidade.

São mais velhas, muitas vezes já gueixas e têm a missão de ensinar e servir de exemplo às meninas que chegam e que começam por ser maiko antes de serem geiko (gueixas).

A relação entre elas é tão quezilenta como a das irmãs, tão competitiva como a de duas concorrentes, tão amigável quanto a regra lá de casa o obrigue.

Cá do lado de fora, tudo é calma e harmonia.

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Com as irmãs de comunidade mais velhas a maiko aprende boas maneiras e bons modos de estar. Aprende a pintar a pele de branco, cor da inocência e os lábios da cor da cereja que é símbolo de pureza. 

Na escola vai aprender a usar sandálias de corda, a caminhar com passos curtos e a dançar de forma graciosa.

Com a mãe vai a recepções para aprender a comportar-se em público, faz as primeiras apresentações de dança e, quem sabe, angaria alguém interessado em patrocinar a sua dispendiosa educação de gueixa.

Tudo isto, tem que ser feito sem tirar brilho nem admiração às irmãs mais velhas.

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Nas recepções onde estão juntas, maiko e geiko têm funções diferentes.

Maiko, a pequena bailarina, dança e faz companhia agradável à mesa conversando sobre coisas banais. É o elemento que torna uma recepção, um jantar, mais bonito.

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Para além da dança, das boas maneiras, de uma conversa simples e de uma presença agradável, a maiko aprende ainda jogos tradicionais que ensina e com os quais entretém os seus convidados... e às vezes perde...

Nada que uma gargalhada que é linguagem universal não resolva.

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Maiko significa literalmente "pequena bailarina" e foi isso que viemos aqui fazer, ver uma maiko bailar.
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