ÁLBUM DIGITAL - CANADÁ, COSTA OESTE

 As capas não são uma escolha casual entre as melhores fotos. O processo é feito exactamente ao contrário, isto é, durante a viagem vão sendo logo tiradas fotos nossas em pontos estratégicos "porque pode dar uma boa capa". Depois é só escolher o lugar mais impactante e que melhor represente o que está lá dentro, "et voila".

Álbum digital - Canadá Costa Oeste


Este álbum trouxe alguns desafios que tentámos ultrapassar com criatividade.
Uma actualização na aplicação da Hofman a meio da composição veio acrescentar duas meias folhas editáveis, uma sugerida para ser usada como abertura e outra no final para fecho.
Esta agora!
Concordámos que a abertura tinha que ser tão grandiosa como as montanhas, mas nenhuma montanha engrandece apenas em meia folha. Tinha que ser tão espectacular como os lagos mas... espectacularidade apenas em meia folha?... a opção também não era um lago. Tinha que ficar bem feita de forma a não diminuir em nada o trabalho do nosso zeloso guia.
Zeloso guia? É isso mesmo!
Na entrada das montanhas, preocupado com a nossa segurança, ensinou-nos o que fazer no caso de um possível encontro inesperado com um urso pardo e é isso que partilhamos com todos na página de abertura do álbum que explora o território dos Grizzly.
Para poupar o trabalho de ter que aumentar a foto, faço aqui a transcrição desta lição de vida selvagem cheia de pertinência.



Álbum digital - Canadá Costa Oeste

Voámos de Toronto para Calgary. Sempre são umas horas de vôo.
Havia quem perguntasse por que é que não fomos de autocarro.
Explicou o guia que a distância é tão grande e a solidão tamanha que, se tivéssemos a sorte de encontrar uma vaca durante a jornada, quereríamos abraçá-la, tal seria a saudade e a alegria de, finalmente, ter encontrado um ser. Contra factos não há argumentos e lá fomos em vôo interno como estava previsto e como tinha que ser.

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

Chegámos tarde e fomos directos ao hotel tomar posse dos nossos quartos. Quartos? Apartamentos!
Era um quarto e mais outro e uma sala de estar e uma cozinha que até máquina de lavar roupa e lavar loiça tinha.
A hora já ia adiantada, a cozinha do hotel já tinha fechado, mas o Chef não se foi embora sem deixar um buffet de pratos frios. Ele sabia ou alguém lhe disse que "quem dorme sem ceia, toda a noite esperneia".
E por que é que eu estou a contar isto tudo?
Porque disto o nosso álbum não fala.




Fala dos rodeos que acontecem anualmente na cidade e do quanto nos divertimos a dominar bravos animais de bronze.

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

Testemunha o quão importantes foram os Jogos Olímpicos de Inverno 1988 para o desenvolvimento da cidade e de como as infraestruturas continuam a ser usadas até hoje, tanto de inverno, como de verão.
Fomos, experimentámos e os canadenses são gente tão acolhedora, que nos deixaram ganhar e fazer um pleno de um podium todo em português
☺
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Álbum digital - Canadá Costa Oeste


Não costumamos "gastar" folhas dos nossos álbuns com refeições mas, lembram-se da série "Uma casa na pradaria"?
Pois é, estava lá tudo: a casa; a pradaria; as cercas de troncos de árvore; os cavalos; a carrocinha com toldo em lona branca para passear as senhoras; as senhoras com aqueles vestidos que resistem incólumes a qualquer aventura... e os rapazes.
Os rapazes andavam trajados a rigor na sua função de rancheiros e serviam à mesa.
O almoço foi churrasco com molho barbecue, do verdadeiro, do americano, acompanhado com Coca Cola da melhor colheita e terminou com um doce e um café, tudo servido em loiça muito tipicamente rústica, igualzinho à "Casa na pradaria". Já tínhamos estado tão perto e foi aqui que nos sentimos realmente próximos dos Estados Unidos, com a vantagem de estar no Canadá.
Mas há sempre cenas que não ficam no filme, nem nas fotos e muito menos no álbum.
A meio do almoço, já os calores do molho barbecue e os vapores da Coca Cola subiam ao cérebro e os meus companheiros de mesa iniciaram uma teima acerca da idade do rancheiro de aspecto mais novo que servia à mesa.
Sabem aquelas teimas que já só acabam quando a verdade as esmagar e que sobram sempre para alguém? Pois é, sobrou para mim.
- Tu que falas inglês é que devias perguntar a idade ao rapaz e acabar já com isto. - dizia um.
- Isso é que era - dizia a outra.
Eu? Mas eu nem queria saber a idade do rapaz!
O calor do molho barbecue, os vapores da Coca Cola, a vontade de lhes agradar e acabar com a teima desatou-me a língua e, vai-se a ver, nem um nem outro tinha razão. Não eram 16 nem 21, eram só 18... e foi assim que o peso nas nossas consciências de tamanha intromissão livrou o rancheirinho de uma selfie tuga e de aparecer no álbum.
Antes de vir embora ainda tivemos tempo para conhecer a versão empalhada da fauna que estava à nossa espera nas montanhas que vinham já a seguir.

Álbum digital - Canadá Costa Oeste


Eis a parte mais difícil de compôr.
Uma cidade é uma cidade: uma catedral; um jardim; a Câmara Municipal... enfim, a diversidade ajuda a fazer a alternância.
E quando é natureza? Como é que se combinam montanhas com montanhas, lagos com lagos, rios com rios e ainda se consegue transmitir o fascínio que tudo nos causa quando estamos lá?
Falta a banda sonora que o guia escolheu estrategicamente para cada lugar e que combinava na perfeição, faltam as brincadeiras, as gargalhadas, os cheiros, os sons... e o espaço. Os álbuns nunca têm o espaço suficiente para tanta memória!
Foram horas de discussão, experiências, pôr e tirar, avançar e retroceder, até que chegássemos ao formato do consenso.
Depois de visitar e colocar em papel brilhante as Montanhas Rochosas, há duas informações que gostaria de partilhar:
1 - Ir ao Canadá sem ir às Rochosas não é conhecer o Canadá;
2 - Conhecer o Canadá pelas fotos de um turista, não é ir às Montanhas Rochosas.

Convidados para o lago, mas não para o casamento.

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

Um lugar ao sol, mas em bom.

Álbum digital - Canadá Costa Oeste


Ursos, alces, pumas e linces

Álbum digital - Canadá Costa Oeste


Na peugada do urso pardo

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Louise em homenagem à 4ª filha da Rainha Vitória

Álbum digital - Canadá Costa Oeste


O número diário de visitantes é limitado e rapidamente atingido. Ufa!!!

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Sem comparação, sem filtros, sem palavras.

Álbum digital - Canadá Costa Oeste


Ao nível da água vê-se claramente o fundo do lago

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Escorregadelas, arrepios e muitas gargalhadas

Álbum digital - Canadá Costa Oeste


Fotos aos hotéis, tiramos. Sempre! A todos! Mas depois nunca entram nos álbuns, a não ser que...

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

 
Álbum digital - Canadá Costa Oeste 


Tínhamos escrito no programa de viagem que o almoço deste dia havia de ser uma espécie de piquenique algures no caminho entre o hotel de onde saímos e a ilha de Vitória.
Expectativa em relação ao local de almoço, zero.
Fomos parar a esta pequena cidade que não tinha nome no programa, que nem sequer era para ficar para a história mas que, por conta de tanta estatuária em madeira, acabou a ocupar uma folha num álbum onde o espaço andou sempre à briga com o número de fotos.

Álbum digital - Canadá Costa Oeste


Gostámos de Victoria. Até se pode dizer que gostámos de tudo em Victoria.
O nome da cidade vem do da rainha e, tirando a homenagem mais que justa a Terry Fox, sente-se a presença do legado da monarca em todo o lado.
Victoria fica numa ilha e, como qualquer ilha que se preza, brindou-nos com uma manhã de nevoeiro, só para dar um ar ainda mais British.

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

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Álbum digital - Canadá Costa Oeste


Todas estas flores representam as largas centenas de fotos que tiramos em cada viagem e que depois acabam a ser armazenadas em qualquer disco externo sem nunca chegarem a ver a luz do dia.

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

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Álbum digital - Canadá Costa Oeste

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

Álbum digital - Canadá Costa Oeste


Vai ficar para a história desta viagem aquele momento em que, como as prometidas baleias que povoam o canal marítimo entre Vancouver e a Ilha de Victoria não apareciam, o operador do selfie stick resolveu iniciar um vídeo.
Estava tudo a correr bem! Tão bem que eu até achei que podia ajudar a dinamizar a cena com comentários adequados ao momento. E consegui.
Baralhou-se-me a geografia toda (juro que não foi de propósito) mas, o resultado foi tão hilariante, que roubou todo o protagonismo ao take 2 já com tudo certinho e patrocinou esta folha a mais no álbum, que há-de sempre trazer à memória a minha tentativa falhada de repórter de exteriores.

Álbum digital - Canadá Costa Oeste


Cada um lá terá a sua sequência para editar um álbum mas, quando se chega à última cidade já se está muito mais descansado. Já coube tudo o que era importante e com o destaque que lhe quisemos dar e agora até já pudemos esbanjar.
Com as imagens que tínhamos e com a cidade que é Vancouver, nunca é esbanjar. Foi fechar este país fantástico que é o Canadá com chave de ouro.
Bem, se calhar, também não é fechar.
Ficou-nos a fazer crescer um formigueiro cá dentro aquela vista sobre a ponte e a saída à hora do pôr do sol dos cruzeiros para o Alaska.
Querem lá ver que ainda temos que voltar a Vancouver?

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

Álbum digital - Canadá Costa Oeste

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Os nossos álbuns quase sempre terminam numa única foto a ocupar todo o espaço de duas páginas, mas este não ia poder ser assim.
Já dissemos que, a meio da composição fomos "apanhadas" por uma actualização da aplicação que passou a prever uma primeira página para introdução e uma última para conclusão.
Ficámos muito contentes quando, de repente, nos lembrámos da lição de vida selvagem que o nosso guia nos tinha ensinado e de como ficava mesmo bem na primeira página.
Depois atirámo-nos à composição do álbum e não quisemos nem sequer pensar no que fazer com a página do final antes de lá chegar. É que não tínhamos ideia nenhuma e parar para pensar nisso só ia atrapalhar.
Mas um dia a edição do álbum chegou ao fim. E agora o que é que fazemos com a última página?
Dissemos uma chuva de disparates e, de boas ideias, nada.
Virámo-nos outra vez para os ensinamentos do nosso guia. Tinha dito tanta coisa, tinha-nos ensinado tanto, era tão bem disposto, contava coisas tão divertidas...
- Só se nós recuperarmos aquela história do primo argentino em Toronto!
- Oh, não! Ela lembrou-se do que eu já tinha pensado e que tinha medo que ela se lembrasse. É que a ideia era tão louca... agora tem que ser.
Trata-se de uma rábula à volta da vida de um argentino emigrado em Toronto que vai escrevendo cartas a seu primo que ficou na Argentina a contar como é viver no Canadá.
As primeiras cartas são de deslumbramento mas, à medida que o inverno vai avançando, o relato e a linguagem vão ficando cada vez mais amargos, até que o argentino decide voltar para a sua terra.
Conhecer o "primo argentino em Toronto" foi um dos momentos hilariantes da viagem e justifica plenamente a tarefa que foi traduzir e re-arrumar o texto a partir do vídeo da rábula no YouTube.
Porque considero que qualquer pessoa que esteja interessada em ir viver para o Canadá deve ver este vídeo primeiro, deixo-vos o link, ou então, pode ser aqui já em português.


Álbum digital - Canadá Costa Oeste


Estamos a visitar: CANADÁ DE COSTA A COSTA

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