JAPÃO - KYOTO - MERCADO NISHIKI

As cores vêm da frescura, os odores estão embalados, o chão não tem restos de talos de couve, não há pregões nem cantadeiras, as donas de casa não falam alto nem os vendedores lhes roubam sorrisos. É isto que faz de cada lugar um sítio único, mesmo que tenha o mesmo nome que os outros e venda as mesmas coisas. 
Deixamos assim este mercado que é conhecido como sendo "A cozinha de Kyoto".


JAPÃO - KYOTO - CERIMÓNIA DO CHÁ - SERVIR


Enquanto a Mestre da cerimónia prepara o chá, nós vamos preparando o paladar com um bolinho de massa de arroz com recheio de doce de feijão azuki.

Foram os portugueses que levaram o açúcar para o Japão e os japoneses usam-no, mas de maneira bastante discreta e parcimoniosa.

JAPÃO - Kyoto - Cerimónia de Chá 
Primeiro purificaram-se os utensílios, depois adoça-se o paladar com um bolinho de arroz com recheio de feijão, a seguir prepara-se o chá e agora chegou o momento de servir.

Mas, claro que o servir também não é de qualquer maneira. 

Com a taça de chá na mão, a Servente ajoelha em frente ao convidado, faz uma vénia e coloca-a com a parte mais importante, o desenho, virada para quem está a ser servido, em sinal de deferência.

Sempre a aprender!
JAPÃO - Kyoto - Cerimónia de Chá 

Verde, com espuma, servido com o desenho da taça virado para nós em sinal de deferência, temos na nossa frente o macha.
Agora é pegar na taça com a mão direita, pousá-la na palma da mão esquerda e, de novo com a mão direita, rodar a taça por duas vezes porque seria uma grande falta de educação tocar com os lábios na parte mais importante da chávena.
Um conselho final e talvez o mais precioso: Não se deixem vencer pelo cheiro. Vai ser difícil, mas não deixem que o odor a peixe seco vença.Se o fizerem e deixarem de provar, perdem uma bebida de sabor bastante agradável e cheia de boas propriedades, capaz de envergonhar os melhores medicamentos que se tomam por cá.
JAPÃO - Kyoto - Cerimónia de Chá 
Assistimos à purificação dos utensílios, estivemos com atenção ao preparar da bebida, recebemos com uma vénia a taça que nos foi oferecida com toda a deferência, tomamos o chá e agora chegou a nossa vez de mostrar que sabemos o que estamos aqui a fazer.
Com a taça sobre a palma da mão esquerda, rodamos até que o desenho fique voltado para quem a virá recolher, pousamos e completamos o agradecimento com mais uma vénia, porque é humildemente que se agradece o bem que se nos faz.
JAPÃO - Kyoto - Cerimónia de Chá 

JAPÃO - KYOTO - CERIMÓNIA DO CHÁ - PREPARAÇÃO


Primeira coisa a fazer, deixar os sapatos à porta. Já estamos habituados!

Lá dentro está tudo pronto para dar início à cerimónia. Os utensílios estão postos a preceito, as senhoras vestidas com kimonos discretos... tudo convida à calma e ao silêncio. Mas turista é naturalmente barulhento e irrequieto. Mesmo quando todos se calarem, hão-de ouvir-se sempre os disparos das máquinas. Nada que perturbe a serenidade das senhoras de kimono.


JAPÃO - Kyoto - Cerimónia do Chá

Veste kimono de cor pastel e com padrão discreto, não tem adornos no cabelo e aperta o obi em almofada. Ao terceiro dia no Japão, mesmo olhando só de costas, já somos capazes de dizer que esta senhora é uma mulher casada.

Viajar também é correr mundo de olhos bem abertos.
JAPÃO - Kyoto - Cerimónia do Chá

Primeira operação da cerimónia: purificação de todos os utensílios com a ajuda de um lenço de seda.
JAPÃO - Kyoto - Cerimónia do Chá

Uma vez cumprida a primeira parte da cerimónia, a purificação dos utensílios, passamos então à preparação do chá.
Com uma pequena espátula para o efeito, a Senhora colocou no fundo da taça um pouco de chá em pó e agora vai encher a concha de bambu de água fervente que está dentro da panela de ferro e vai verter apenas metade da água sobre o pó de chá, devolvendo a restante água à panela.
Tudo isto se faz numa cadência certa, em movimentos suaves e graciosos e é observado no silêncio que é possível entre turistas latinos.
JAPÃO - Kyoto - Cerimónia do Chá
Este é talvez o momento menos zen da cerimónia, aquele em que a Senhora mexe vigorosamente a mistura de água quente e pó de chá com um batedor de bambu. Alguém se lembra como se preparava um café com espuma antes de haver máquina do café? É isso!
O momento pode não ser muito zen, mas é muito vintage,que agora já não se usa dizer antigo.
JAPÃO - Kyoto - Cerimónia do Chá

JAPÃO - KYOTO - CERIMÓNIA DO CHÁ - TEMPLO

Perpétuar as cerimónias do chá segundo os preceitos tradicionais, significa preservar as antigas tradições da cultura japonesa.
Essa missão está entregue aos Centros Budistas. É para lá que vamos.

JAPÃO - Kyoto - Cerimónia de Chá

Budismo e xintoísmo estão sempre muito próximas, até fisicamente.
Já começa a ser comum onde encontramos um centro budista encontrarmos também um templo xintoísta.

Vamos a caminho de um centro budista sim, mas antes, há que passar pelo portão do adjacente centro xintoísta, o torii do templo.
JAPÃO - Kyoto - Cerimónia de Chá

Seja o templo budista ou xintoísta, há-de ter sempre à entrada os respectivos guardiões do templo.
Os guardiões são figuras bizarras meio humanas, meio animais
Nos templos xintoístas os guardiões são claramente animais, em muitos casos raposas. Nos templos budistas ficamos por saber se são figuras animais com expressão humana, ou se são figuras humanas com expressão bestial.
Uma coisa é certa. Vale sempre a pena parar na sua frente e fotografar para trazer para casa.

JAPÃO - Kyoto - Cerimónia de Chá

JAPÃO - KYOTO - CERIMÓNIA DO CHÁ


Usamos o fukusa para purificar os dogu, verificamos bem se têm defeito e se o chasen está a funcionar bem e, antes de iniciar a preparação, limpamos a chawan com um chakin.

Enquanto iniciamos a preparação, podem preparam o paladar saboreando um Daifuku .
Perceberam tudo? Não? Então é melhor ver o vídeo!






JAPÃO - KYOTO - GRANDE BUDA


Seja ele o maior do Japão, o maior da cidade, o maior em bronze, o maior dentro de um templo, o maior fora dele, o que importa saber é que cada cidade tem um Daibutsu, ou seja um grande Buda.
Eis o Daibutsu de Kyoto

Mas não podemos ficar muito templo a contemplá-lo, temos à nossa espera uma cerimónia tradicional da cultura japonesa, a Cerimónia do Chá.


JAPÃO - Kyoto - Grande Buda

JAPÃO - KYOTO - KIYOMIZU - SANTUÁRIO JISHU

Do complexo de Kiyomizu fazem parte também alguns templos xintoístas entre eles o Santuário Jishu.
JAPÃO - Kyoto - Kiyomizu
O Santuário Jishu, pertencente ao complexo de Kiyomizu, é dedicado a Ookuninushi, um deus do amor e "bons pares", mas orar não chega. Existem no recinto do templo duas pedras separadas de seis metros de distância que um dos pares terá que percorrer de olhos fechados e, se não se desviar do caminho e alcançar a segunda pedra, então poderá almejar pelo par perfeito.
Já sabíamos que ter sorte é difícil e dá trabalho!
JAPÃO - Kyoto - Kiyomizu

Privilégios de quem visita o Japão e sobe à varanda de Kiyomizu.
Agora experimente fechar os olhos e imagine as folhas das árvores em cores de fogo do Outono. Volte a fechar e imagine o contraste com a neve. Se não é pedir muito, consegue, de certeza, imaginar o que serão as copas destas árvores polvilhadas de flores de cerejeira. Ainda consegue escolher qual será a melhor altura do ano para visitar o Japão?

JAPÃO - Kyoto - Kiyomizu
Sempre juntas as religiões da fé japonesa que protegem a vida e a morte. Explica-se assim a presença de templos xintoístas nos recintos de complexos de templos budistas.
JAPÃO - Kyoto - Kiyomizu
Foi importante ter vindo cedo para ter tido tempo de fazer a visita ao Templo de Kiyomizu, espreitar as montras, atravessar a multidão e chegar a horas de poder assistir ao evento que já nos espera no próximo templo.
JAPÃO - Kyoto - Kiyomizu

JAPÃO - KYOTO - KIYOMIZU - FONTES


Este é o verdadeiro motivo para o nome deste templo, a água que escorre da montanha e que alimenta estas três fontes. 

Kiyo = pura; Mizu = água. Templo de Kiyomizu, templo da água pura.
JAPÃO - Kyoto - Kiyomizu

Tal como acontece em muitos outros locais que visitamos, cada uma destas fontes tem um significado, assim, da esquerda para a direita, inteligência, saúde e dinheiro.

Quando lá chegar, quer tenha fé, quer tenha sede, pegue numa concha de bambu, lave as mãos e o cabo da concha segundo o preceito e depois escolha a fonte da graça que mais lhe convier. Não está descrito o que acontece a quem beba água das três fontes. Aproveite!
JAPÃO - Kyoto - Kiyomizu
As tartarugas, símbolo de paz e longevidade, que é tudo o que precisamos para usufruir de inteligência, saúde e todo o dinheiro que a água das fontes nos vai trazer. Boa sorte.

JAPÃO - KYOTO - KIYOMIZU - VARANDA

O principal ponto de atracção do templo, a varanda.
Tal como o restante templo, esta varanda é completamente construída em madeira e sem utilização de qualquer prego. As peças que encaixam suportam há séculos intempéris e visitantes.

Esta estrutura de 13 metros de altura tem sido igualmente testemunha de actos de coragem. Durante séculos acreditou-se que, quem tivesse um desejo por realizar e saltasse da varanda de Kiyomizu e sorevivesse, veria o desejo ser realizado.

Não vale a pena pensarmos muito nisso porque, hoje em dia, o salto da varanda de Kiyomizu está proibido.
JAPÃO - Kyoto - Kiyomizu

Diz-se por lá que, quando alguém tem que tomar uma decisão difícil para a qual não tem coragem que" para fazer isso, era preciso ter coragem para me atirar da varanda de Kiyomizu".

Tamanho da coragem: 13 metros de altura


JAPÃO - Kyoto - Kiyomizu

A expressão japonesa para o termo "mergulhar no abismo" é " saltar de Kiyomizu".
Já foi dito mas nunca é demais repetir que estão proibidos os saltos da varanda.

JAPÃO - Kyoto - Kiyomizu

JAPÃO - KYOTO - KIYOMIZU - TEMPLO

Quando visitar este templo, à semelhança dos outros do Japão, vai subir as escadas devagar que os turistas são muitos; vai admirar os guardiões do templo, que são sempre diferentes de templo para templo; vai receber os fumos dos bons espíritos; vai tocar o gongo ou o tambor para chamar os budas e, quando chegar a este altar, vai perceber o que é a verdadeira dificuldade desta visita: conseguir fotografar o altar sem pessoas!
JAPÃO - Kyoto - Templo Kiyomizu
Aproveitando a liberdade de caminhar descalços e o conforto do chão de tatami, vamos olhando para os pormenores.
JAPÃO - Kyoto - Templo Kiyomizu
A espetacularidade da construção de todo este templo é o facto de ser totalmente construído em madeira de encaixe, sem ter sido utilizado um único prego.

JAPÃO - KYOTO - KIYOMIZU - ENTRADA TEMPLO

Acordou soalheiro este nosso terceiro dia no Japão.
A recomendação é acordar cedo e dirigirmo-nos para o templo de onde é importante também sair cedo.
Os acessos são apertados, os visitantes muitos e as saídas dificultadas por estradas estreitas e trânsito abundante e ainda tem que haver tempo para compras numa das muitas lojas de souvenirs ali à volta.



JAPÃO - Kyoto - Templo Kiyomizu
Nas entradas dos templos, quer budistas, quer xintoístas, existem sempre os guardiões do templo. São animais, estão sempre aos pares e um tem a boca aberta e o outro a boca fechada.
Neste templo os guardiões são dragões e ambos estão de boca aberta, um grito em coro para espantar os maus espíritos.
JAPÃO - Kyoto - Templo Kiyomizu

Devagar, devagarinho, vamos subindo a escadaria a passo de turista que é isso que este templo budista pede e os outros visitantes também.
JAPÃO - Kyoto - Templo Kiyomizu

JAPÃO - KYOTO - KIYOMIZU

Deve o seu nome à água que escorre da montanha que fica lá atrás e que alimenta as três bicas da fonte. A da inteligência, a da saúde e a do dinheiro.
Kiyo = pura, Mizo = água. Kiyomizu = água pura.


JAPÃO - KYOTO - QUASE TUDO SOBRE QUIMONOS

Ki = vestir; mono = coisa

Kimono = Coisa para vestir 

Sabemos também que se veste traçado, primeiro o lado esquerdo sobre o lado direito e na morte, o lado direito sobre o lado esquerdo.
KYOTO - Japão - Nishijin Textile Center

As cores, os padrões e os tecidos revelam bastante da condição social de quem o usa.


As mulheres casadas usam cores escuras ou pastel, lisas ou com padrões modestos.

Aperta com um cinto em forma de faixa a que se chama "obi".


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As moças solteiras usam tons mais vivos, muitas vezes padrões exuberantes e ornamentos no cabelo.

Solteiras, casadas, crianças, adolescentes, homens ou mulheres, todos envergam com orgulho o seu kimono no dia a dia mas, sobretudo, em ocasiões especiais.
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Apertar um kimono não é tarefa fácil.

Não é fácil porque tem que ficar bem apertadinho e sem dobras mas, sobretudo pela forma de ajuste atrás.

Para vestir um kimono são precisas sempre duas pessoas, a que o veste e a que ajuda a apertar o obi.

As solteiras usam o obi apertado em laço e quanto mais artístico e elaborado melhor. As casadas prendem-no numa almofada.

Afinal, a almofada nas costas do traje japonês não é mais do que uma forma de prender o obi. 
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Também o comprimento da aba das mangas pode ditar a diferença.



Aqui a regra já não é tão fiável mas, de qualquer forma, fiquemos a saber que abas compridas são usadas por moças solteiras e abas mais curtas por mulheres casadas. 


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Em almofada ou em laço o obi aperta sempre atrás... ou quase sempre...



Há mulheres, que têm uma profissão que não é nobre mas é a mais velha do mundo, que têm moral mas que anda muitas vezes distraída e que, para se distinguirem das senhoras, apertam o obi à frente.

As solteiras vestem diferente das casadas, as sérias diferente das outras... está muito facilitada a tarefa dos homens japoneses! 
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Cores vivas a realçar a frescura das moças, cores pastel a condizer com a sobriedade das casadas. Grandes laços para prender o obi das primeiras e almofadas para as segundas. Adornos no cabelo das solteiras e sandálias nos pés de todas.
Depois de tanto ensinamento nós é que dizemos "arigato gozaimaz".
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                                     Desfile de Quimonos - Vídeo
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Estamos a visitar: JAPÃO FASCINANTE