O Orloj é um relógio astronómico medieval, localizado em Praga.
Este relógio foi montado na parede sul da Câmara Municipal da Cidade Velha na Praça da Cidade Velha, que são atrações turísticas bastante populares.
O Orloj é composto de três componentes principais: o mostrador astronómico, representando a posição do Sol e da Lua no céu, além de mostrar vários detalhes celestes; a ”Caminhada dos Apóstolos”, um show mecânico representado a cada troca de hora com as figuras dos apóstolos e outras esculturas com movimento; e um mostrador-calendário com medalhões representando os meses (ou zodíacos, como aparecem em alguns textos).
A mudança da hora neste relógio é antecedida por um espectáculo. A demonstração é iniciada com a estátua da morte representada por um esqueleto que puxa uma corda marcando o início do desfile e tem uma ampulheta que representa o tempo que temos até o acerto de contas.
Um príncipe turco, acompanhado por um alaúde, representa a luxúria.
Um comerciante judeu que representa a ganância. Tem um saco de dinheiro que sacode quando o relógio marca a hora.
Vaidade, representado por um homem a olhar-se ao espelho.
Outra curiosidade é que todas estas figuras fazem o mesmo movimento de cabeça, excepto a morte. Enquanto o príncipe turco, o comerciante judeu e o vaidoso balançam a cabeça, a morte acena, afirmando que ela tem a última palavra e que, mesmo que discordem, seu tempo acabou.
Ao mesmo tempo, é iniciada a parada dos doze apóstolos. A ordem do aparecimento é a seguinte:
Na janela esquerda:
Paulo, com um livro e uma espada;
Tomé, com uma lança;
Judas, com um livro;
Simão, com uma serra;
Bartolomeu, com um livro; e
José, com um pergaminho.
Na janela direita:
Pedro, com uma chave;
Mateus, com um machado;
João, com uma cobra;
André, com uma cruz;
Filipe, com uma cruz; e
João Evangelista, com um porrete.
A mudança de horário é feita logo após o carcarejo do galo, no topo do relógio.
A agitação causada pelo relógio naquela época manteve os cidadãos de Praga orgulhosos e até houve quem viajasse milhares de quilómetros para visitar o que foi uma peça única no mundo.
De acordo com a lenda, um aristocrata, fascinado pelas habilidades de Hanus, ofereceu uma grande quantia em dinheiro para que lhe fizesse um relógio idêntico numa cidade alemã.
Os vereadores de Praga viram o status que a cidade havia alcançado por possuir uma peça tão exclusiva e tentaram persuadi-lo a não aceitar a oferta. Mas o professor não deu o braço a torcer e, uma noite, enquanto trabalhava na sua oficina, três homens entraram, arrastaram-no para a lareira e, para o impedir de reproduzir o relógio, queimaram-lhe os olhos com um ferro em brasa.
O estado físico e mental de Hanus piorava cada vez mais, ninguém suspeitava de quem poderia ser o responsável pelo ataque. Os vizinhos e os próprios vereadores vinham assiduamente vê-lo e, um dia, numa dessas visitas, um seu aprendiz, ouviu os líderes confessarem ser os mentores do ataque.
O professor indignado e furioso, traçou um plano para desativar o relógio.
Pediu permissão aos vereadores para ir ao relógio, alegando que queria ouvir a sua máquina mais uma vez antes de morrer. Eles aceitaram.
Hanus e o aprendiz visitaram o relógio e o mestre colocou a mão dentro da máquina cortando e destruindo assim o complexo mecanismo que ele mesmo havia criado.
Hanus morreu naquela noite e ainda demorou muito até que pudessem consertar o relógio. Segundo a lenda, desde a morte do mestre que o relógio está amaldiçoado e a sorte de Praga depende do seu bom funcionamento. Se o relógio parasse de correr, o azar viria à cidade.
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