O primeiro Mosteiro surgiu aqui na zona Arouca no século VIII.
Foi destruído pelos mouros árabes e reconstruído no século X, passando a pertencer à Ordem Beneditina.
O edifício que visitamos agora é datado dos séculos XVII - XVIII. Do anterior existem alguns vestígios na ala Norte, que não é visitada.
Criado inicialmente como Mosteiro masculino, pouco tempo depois recebeu uma ala feminina e passou a Mosteiro dúplice. Este foi o factor determinante na sua história até aos dias de hoje.
Mosteiro de Santa Maria - Arouca - PORTUGAL |
No século XIII, quando o Mosteiro de Arouca apresentava sinais de decadência, deu-se a entrada da personagem mais importante de toda a sua história. Falo de Dona Mafalda Sanches.
Mafalda Sanches de Portugal era filha de D. Sancho I, neta de D. Afonso Henriques e irmã de D. Afonso II.
Filha, neta e irmã de Rei, Dona Mafalda trouxe ao Mosteiro nobreza, notoriedade, importância, bens e o dinheiro suficiente para as tão necessárias obras.
Mosteiro de Santa Maria - Arouca - PORTUGAL |
Pouco agradada com o rigor que encontrou, Dona Mafalda alternou a Ordem Religiosa de Beneditina para Cisterciense, uma Ordem com normas de disciplina, sacrifício e clausura mais rigorosas.
A boa localização não muito longe de cidades como o Porto, Aveiro, Coimbra e outras do centro do país, bem como a presença de Dona Mafalda, atraíram ao Mosteiro jovens e Senhoras da nobreza que traziam consigo haias, criadas e dote.
As Senhoras não trabalhavam, apenas oravam. Haias e criadas ocupavam-se das tarefas que faziam o Mosteiro funcionar: cozinha; limpeza; horta; doces para vender... o dote pertencia também ao Mosteiro.
As entradas de dinheiro e bens convertidas em obras de arte, bem como algumas ofertas de monjas mais devotas e abastadas, transformaram este Mosteiro num espaço reconhecido pelo valor da sua arte sacra.
Mosteiro de Santa Maria - Arouca - PORTUGAL |
A última religiosa do Mosteiro de Arouca, Dona Maria José Gouveia Tovar de Meneses, faleceu em 3 de Julho de 1886. Prevendo este desfecho, um grupo de destacados cidadãos arouquenses tomaram a iniciativa de fundar a Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda no intuito de reter em Arouca o riquíssimo espólio patrimonial acumulado ao longo de séculos no mosteiro e ao mesmo tempo preservar o culto da Rainha.
É graças à Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda, a quem foi entregue a guarda e administração» do legado deixado pelas monjas, e com o qual veio a fundar em 1933 o Museu de Arte Sacra de Arouca, que hoje é possível ao visitante apreciar as magníficas obras de pintura, escultura, ourivesaria, paramentaria, mobiliário e livros antigos.
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