Aterrados que somos no país da modernidade, da tecnologia, do rigor, do civismo, da organização, do respeito pelos outros... poderia continuar que tão cedo não acabariam as características positivas para descrever este país longínquo Primeira experiência, apanhar comboio sem maquinista para ir do terminal de aterragem para o edifício principal do aeroporto. Chegados ao controlo de passaportes as instruções estavam em português. Até aqui tudo pareceu normal mas, o máximo mesmo, foi quando um funcionário nos veio avisar que as nossas malas já tinham chegado e, inclusivamente, ele já as tinha retirado da passadeira e arrumado todas juntas ali a um cantinho! Realmente as máquinas são óptimas mas, em qualquer parte do mundo, o que faz a diferença são as pessoas.
JAPÃO - Osaka - Aeroporto de Kansai
Onde é que vão estes turistas todos sem bagagens? Vão para o autocarro para seguirem para o hotel e jantar de forma cómoda e despreocupada que é para isso que os turistas viajam. Para onde foram as malas? Ficaram no átrio do aeroporto entregues ao operador turístico, entraram dentro de um camião, chegaram ao hotel primeiro que os turistas e chegaram aos quartos antes de qualquer um dos hóspedes. Assim sendo, vamos lá conhecer o Japão fazendo turismo como o fazem os japoneses, sem preocupações com a bagagem. Do aeroporto, que fica na pequena península de Kansai, até à cidade, ainda temos um percurso de cerca de uma hora. Neste entretanto a guia vai dando algumas informações importantes para quem acaba de chegar ao país que é muito diferente do nosso e não é só pelo feitio dos olhos dos seus habitantes. A saber:
Saímos de Lisboa por volta da hora de almoço num vôo da Emirates Airlines e com as espectativas em alta.
Muita gente fala desta companhia aerea com deferência. Cheguei até a ouvir que "desta vez é que vais andar de avião". Sabemos que esta companhia recruta muito em Portugal e, por isso, esperamos encontrar "aeromoças" portuguesas a bordo.
O check-in é feito pelas hospedeiras de terra como em todos os vôos mas acompanhado por uma hospedeira de bordo, portuguesa como se esperava. Saída mais ou menos a horas mas isso depende mais do tráfego aereo que propriamente da companhia.
A emoção começa logo antes de levantar vôo. Só tinha visto isto em imagens do Youtube mas, agora, tinha a possibilidade de assistir à descolagem como se estivesse sentada no lugar do Piloto, graças à câmara dianteira que filma na íntegra o take off.
Claro que depois do take off já só se vê céu mas, para isso, temos também a possibilidade de utilizar uma câmara traseira virada para baixo. Também é verdade que, a partir de uma certa altitude, já não se vê chão mas, para isso, também há solução. Se vir o vídeo vai perceber.
Expectativas que são factos: O espaço entre filas é maior; a farda das "aeromoças" não é só para a fotografia; a tripulação é verdadeiramente internacional, poliglota e simpática; a alimentação a bordo é de boa qualidade e apresentada em menu de múltipla escolha; a tecnologia adequada a um vôo de longo curso com a possibilidade de ver filmes, ouvir música e jogar para ajudar a passar o tempo. Tem ainda a possibilidade de wi-fi e sinal móvel a bordo. Paga o roaming do país que estiver a sobrevoar. É válido para todos os países menos a parte do percurso em que se sobrevoa a China. Experimentei o Wi-fi e não deu para mais que a experiência, aquilo não anda nem desanda. O roaming fica para outra altura.
Chegue a gente ao Dubai a que horas chegar, quando se abre a porta do avião é como se se abrisse a porta de um forno. Era mais de meia noite e não foi diferente disto. Ía à espera de muita tecnologia e tive que descer escadas para sair do avião, entrar num autocarro e fazer um longo trajecto até chegar ao aeroporto. Haja alguma coisa em que Lisboa se parece com o Dubai e, muitas vezes até lhe está à frente. O aeroporto cumpre todas as expectativas. Salas largas, decoração muito adequada ao local e ao país, gente de todos os cantos do mundo em escala para todos os cantos do mundo, salas de orações para homens e mulheres, claro! Estamos num país de petróleo, não há poupanças de energia. Apesar de ser uma da manhã, dentro do aeroporto a iluminação faz parecer dia.
Esticar um pouco as pernas, dois dedos de conversa e uma ida rápida aos lavabos e voltamos a levantar vôo. Na televisão da sala de embarque já se vê um nome de cidade japonesa, finalmente, dez horas depois de ter saído de Lisboa.
