JAPÃO - OSAKA - DOTONBORI

À noite é tudo diferente:
Os prédios iluminam-se com grandes painéis publicitários; os painéis são animados e muito aliciantes; as meninas trocam os uniformes do colégio por roupas de boneca, muita cor e purpurina; os meninos penteiam os cabelos lisos de formas estravagante e o ponto de encontro de uns com os outros é na rua.
Conversam, circulam em grupo, comem na rua, riem, divertem-se nas casas de caraoque, mas há coisas que não mudam. Não correm, não gritam, não dão encontrões, não vêm contra nós a olhar para trás, não nos travam o passo para passar primeiro, respeitam semáforos e no chão não fica qualquer vestígio da sua passagem.
Muito diferentes de nós e não é só no feitio dos olhos.

JAPÃO - KARAOKE

À noite, despenteiam-se os cabelos que andaram lisos e aprumados, despem-se os fatos de trabalho e uniformes do colégio, troca-se a comida aprovada pelo nutricionista da escola por fast food e acaba tudo numa casa de caraoque. Talvez porque é o único local e o único momento do dia em que desafinar está perfeitamente aceite e é esperado.

JAPÃO - Osaka - Dotonbori


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JAPÃO - RESTAURANTES - DAR GORJETA?

Seguimos o olfato, comemos primeiro com os olhos, pedimos apontando a dedo, comemos à mão ou com talheres, deliciamo-nos porque o sabor acompanha o aroma, pagamos um preço acessível por tudo isto e no final, gratificamos o profissionalismo e a simpatia, ou não?


JAPÃO - Osaka - Bairro Dotonbori

A resposta é NÃO! Não faça isso! A pessoa a quem o fizer pode aceitar contrariado porque é turista e não sabe dos costumes locais, ou pode sentir-se ofendida.
Esta coisa tão avidamente desejada em alguns países é completamente abominável para este povo que trabalha com prazer, que não tem a simpatia à venda e se considera já pago pelo seu trabalho quando recebe o seu salário.
Muito diferentes de nós e não é só pelo feitio dos olhos.


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JAPÃO - COMIDA - RELAÇÃO PREÇO/QUALIDADE

Muito se aprende de uma só vez neste bairro de Dotombori!
Já deixámos para trás o mito de que no Japão só se come com pauzinhos, já percebemos que há muito mais que nos alimente que só sushi e sashimi, já percebemos que apontar não é feio quando se trata de ter fome, já sabemos que é possível ser-se ousado e arriscar num peixe balão limpo de veneno letal, já arriscámos tocar num dos alimentos expostos à porta dos restaurantes e comprovámos que era efectivamente plástico e até já cometemos a ousadia de inspeccionar quanto custa tudo isto.
Se já sabe que pode seguir o caminho para onde o guia o olfato, escolher com os olhos, apontar com o dedo, comer de garfo e faca, só lhe falta saber que não é tão caro quanto possa pensar.


JAPÃO - Osaka - Bairro Dotombori

A melhor relação preço/qualidade está nas bancas de rua, a melhor relação preço/requinte está dentro dos restaurantes, mas nada muito fora do que aqui somos capazes de dar por uma refeição.




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JAPÃO - RESTAURANTES

Quantas vezes já foi a um país estrangeiro e acabou a apontar para o prato do vizinho do lado para pedir o que queria comer?
Pois aqui leva-se o verbo apontar ao seu expoente máximo. Cada restaurante apresenta uma montra com réplicas dos pratos que tem para servir e a nós, turistas desconhecedores da língua e da escrita, basta apontar.
Mas o mais extraordinário é que estas réplicas de aspecto tão real, na realidade são em plástico.
Não sabemos como se chama e muito menos como se escreve, mas sabemos pedir e fome não vamos passar.
 
JAPÃO - Osaka - Bairro Dotombori
Se já pensou visitar o Japão e não gosta de sushi nem se ajeita com pauzinhos, tem no marisco uma boa alternativa.
Os restaurantes são muitos, de comida japonesa, comida ocidental, marisco e cada um tenta ser o mais aliciante possível. Esta marisqueira em concreto, ostenta um bicho que, para além de ser gigante é animado e prende mesmo a atenção de quem por ali passa.



JAPÃO - Osaka - Bairro Dotombori

A avaliar .pela quantidade de restaurantes e bancas de rua que o têm à disposição, por aqui há muito poucos que se estão nas tintas para o polvo.
E fazem bem!
Seja cru ou cozinhado, mais inteiro ou mais em pedacinhos, em tempura ou como recheio de fritos, sempre tenro e bem preparado. Só o cheiro já é qualquer coisa!

JAPÃO - Osaka - Bairro Dotombori
Não sei se é pelo sabor, se pelo fascínio pelo perigo, são muitos os restaurantes que servem peixe balão.
Este peixe tem uma vesícula com veneno altamente letal que tem que ser extraída com alguma mestria. Em caso de descuido, se uma ínfima parte do conteúdo da vesícula for derramada, envenena todo o peixe de forma letal para quem o consumir.
Mesmo assim, pela quantidade de restaurantes há muito quem queira arriscar.

JAPÃO - Osaka - Bairro Dotombori





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JAPÃO - COMIDA DE RUA

Na rua há dois senhores que cozinham pequenas peças de polvo envoltas num polme que vão a fritar e se transformam em bolas fofas com um recheio realmente bom. Só o cheiro já chega para chamar fregueses.
JAPÃO - Osaka - Bairro Dotombori
A esta forma de cozinhar chama-se tempura. 
Quem ensinou estes senhores a fazer isto não sei, mas quem ensinou os antepassados deles a fazer tempura foi um povo de descobridores que ainda hoje domina como ninguém a técnica dos peixinhos da horta.
Vá a gente para onde for, se não estiver um português é porque já esteve.



JAPÃO - Osaka - Bairro Dotombori


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JAPÃO - USO DE MÁSCARA

Não foi preciso esperar nem andar muito para encontrar a primeira pessoa que usava máscara. 

JAPÃO - Osaka - Bairro de Dotombori
Ter feito uma viagem de tantas horas para aqui chegar e não fazer a pergunta não faria sentido. 


Então cá vai a explicação oficial: no Inverno a máscara serve para proteger a garganta do frio, na Primavera do pólen.

Frio, pólen, alergias, poluição, mania das doenças, mania das limpezas, moda, tudo me parecem boas explicações e até lhes digo que, ao fim de alguns dias, somos capazes de olhar para as pessoas e já nem notar a máscara.
A dúvida agora é outra. No país da moda, dos filmes animados e da banda desenhada, serão os fabricantes de máscaras desprovidos de criatividade?



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JAPÃO - TRÂNSITO

Se tenciona visitar o Japão é importante que saiba que o trânsito se faz pelo lado esquerdo. 
Isto é naturalmente importante quando se atravessa uma estrada e também quando se quer apanhar um táxi. Se nos deixarmos ir em "piloto automático" acabaremos no meio da via a tentar entrar pelas portas do lado direito tal como estamos habituados aqui na nossa terra.
JAPÃO - Osaka
Uma das poucas coisas que sabemos do povo japonês é que utilizam muito a bicicleta para se deslocarem dentro das cidades.
E por onde andam as bicicletas? Por todo o lado e de onde menos se espera! E são muitas!

Nós, os ocidentais, andamos menos de bicicleta mas construimos ciclovias que assinalamos com uma cor de pavimento diferente, marcamos a zona das bicicletas com um traço contínuo que a separa da zona pedestre... então tome nota:
No Japão as bicicletas circulam pelos passeios em conjunto com os peões e os passeios têm sinalética como a da foto aplicada no chão para indicar aos peões a linha utuilizada pelos "duas rodas".

E funciona?
Japão - Osaka - Bairro de Dotombori
Funciona muito bem entre os locais que são gente organizada, atenta e habituada a estes perceitos. Quando passamos à realidade turista ocidental cuja missão de vida naquelas paragens é olhar para o ar e não para o chão, os sustos vão-se sucedendo perante o sorriso condescendente dos locais.



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JAPÃO - APANHAR TÁXI

Ao contrário do que acontece na maioria das cidades que conhecemos, no Japão os táxis podem não estar padronizados, isto é, qualquer viatura, independentemente da cor, pode ser um táxi.
JAPÃO - Osaka
O que distingue um táxi das outras viaturas é o dístico com a palavra "TAXI" mas, sobretudo, o facto de ter uma luz no tejadilho.
Como o vermelho é mais visível à distância, se a luz do tejadilho for de cor vermelha indica que o táxi está livre. Uma vez ocupado a luz passa a verde. É uma lógica com muita lógica mas um bocadinho ao contrário da lógica.
É também para isto que se corre mundo.



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